24 de jun. de 2007

Cantares do Sul

" Fui colher uma romã
Estava madura no ramo
Fui encontrar no jardim
Aquele mulher qu'eu amo

Aquela mulher qu'eu amo
Aquele mulher qu'eu adoro
(...)"



Este e outros temas do Cancioneiro Popular e Tradicional foram entoados pelo Grupo Coral e Etnográfico os Amigos do Alentejo, pelo Grupo de Cantares da Serra de Amoreiras-Gare, na imagem de baixo

pelo Grupo de Música Popular Portuguesa Os Malteses, de Amodôvar, ou pelo Grupo Cantares da Meia Noite, também do mesmo concelho. Estes e muitos outros grupos corais trouxeram o Cante ao Feijó e a outros palcos do concelho de Almada, durante a 9ª Semana Cultural Alentejana, de 2 a 9 de Junho. E porque esta semana, com cante, com viola campaniça, com cante baldão, com artesanato, com debates, com o calor fraterno das gentes do Sul, e bem do Sul, pois era dedicado a Almodôvar, referência ainda ao Grupo Coral "As Vozes de Almodôvar" - que com uma subtileza e dignidade assombrosa marcavam o ritmo das vozes, ou ainda ao grupo Coral "As Cigarras de Aljustrel".









A todos bem hajam!
Pela dignificação da cultura das gentes do Sul, as nossas gentes.
Ao amigo Afonso, dinamizador incansável desta semana e do grupo anfitrião, "Os Amigos do Alentejo", um abraço caloroso, extensivel a todos os amigos do grupo.
Ao amigo Antero, grande dinamizador da viola campaniça, fundador do Grupo de Cantares da Serra de Amoreiras-Gare e da Associação de Desenvolvimento de Amoreiras-Gare - talvez a mais importante do Concelho de Odemira - um abraço fraterno, que espero faça chegar aos seus companheiros. Obrigado pelo envio dos seus livros, contributos para a memória e para a história local, nomeadamente sobre a Estação das Amoreiras-Gare. Recordou-me a minha Estação da Funcheira de à quatro décadas onde eu dançava e adormecia ao som dos comboios, onde eu me maravilhava com o coaxar das rãs na ribeira e voava com as cegonhas e as andorinhas para outras paragens mais a Sul onde ía à venda ao lusco-fusco fazer um recado à minha mãe e desafiava os grilos e os insectos onde eu apanhava a camioneta da carreira e via os moinhos de vento... onde eu era Livre...
Obrigado Amigos!

Um comentário:

Alexandre Júlio disse...

Compadre quando tu eras livre!
Esta semana voltaste a ser livre pelo menos nos sonhos.
A nossa infância, correndo livremente pelos campos, sem relógio, sem horas marcadas para regressar, usufruindo verdadeiramente da beleza infindável dos pequenos pormenores da natureza, o ninho, o formigueiro, a toca do grilo, a cobra a encantar o passarinho,... .
São semanas como essas que os nossos conterrâneos, do Alentejo Profundo, levam para os que tiveram que partir, não se sentirem tanto a saudade e a sua falta.
Parabéns Alentejanos da Margem Sul, esta é mais uma prova da vitalidade e calor humano destes sítios por alguns apelidados de deserto; Deserto é a cabeça oca de quem profere tamanhas barbaridades!
Um Abraço, AP